Carro elétrico: como China quer exportar 'trânsito silencioso' para o mundo a partir do Brasil

O trânsito é intenso na avenida de seis pistas que corta um dos bairros mais nobres da capital chinesa, Pequim. 

Veículos da BYD em frente ao Farol da Barra. Primeira fábrica da montadora elétrica chinesa nas Américas funcionará na Bahia. (Créditos: FEIJÃO ALMEIDA / GOVERNO DA BAHIA)

É uma manhã de abril, horário do rush em um meio de semana comum de primavera, e carros e ônibus disputam espaço com uma profusão de motocicletas e bicicletas elétricas.

É uma cena típica de qualquer megalópole, salvo por um detalhe: tudo parece se passar em mute: não há os esperados sons de motores e escapamentos.

O ambiente é tão silencioso que, da calçada, se pode ouvir um motorista tossir de dentro do carro do lado oposto da avenida.

Embora seja provavelmente só um efeito não intencional, o bem-estar provocado pela óbvia falta de ruído no tráfego é o primeiro sinal percebido por quem visita Pequim de que o trânsito no país passou por uma revolução literalmente silenciosa na última década.

Uma revolução que a China vem tentando exportar para o Ocidente a partir de países como o Brasil.

Ao menos duas das mais bem-sucedidas empresas chinesas do ramo — a BYD e a Great Wall Motors — desembarcaram recentemente no país anunciando investimentos bilionários. O movimento tem potencial para ser o mais robusto plano de produção automobilística elétrica chinesa fora da China.

Para Pequim, é mais do que uma oportunidade de avançar sobre um mercado promissor e ainda não explorado. É também a chance de abrir dianteira na disputa com os Estados Unidos por parcerias tecnológicas com o Brasil para produção de itens essenciais como chips e pela exploração de reservas brasileiras de minerais críticos, como lítio e metais de terras raras.

Créditos: Mariana Sanches


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